O DNS (Domain Name System) é uma das ferramentas mais importantes em redes informáticas e naturalmente no acesso à Internet pois permite a conversão de um domínio de um site para um endereço IP, algo semelhante às antigas listas telefónicas que associavam um nome a um telefone, regra geral os utilizadores não "vêem" estes bastidores sendo o DNS gerido pelo ISP (Internet Service Provider) ou pelos administradores de redes responsáveis numa empresa ou universidade por exemplo.
A importância no bom funcionamento do DNS é crítica pois cada site acedido ou aplicação utilizada recorre ao DNS para múltiplos pedidos à rede, tudo isto é feito nos bastidores e a maior parte dos utilizadores desconhece que pedidos estão a ser feitos, torna-se assim fundamental que o utilizador tenha mais controlo e conhecimento dessa informação esteja a aceder a partir de um computador ou de um smartphone à Internet.
Existem várias opções disponíveis gratuitamente e fáceis de configurar mas é naturalmente importante ler as políticas de privacidade de cada serviço para saber como é gerida a informação e que dados são guardados e por quanto tempo, hoje venho falar numa dessas opções - o NextDNS, serviço criado em 2019 por dois engenheiros - Romain Cointepas e Olivier Poitre, focado na privacidade e segurança (Privacy Policy) sendo a sua configuração muito fácil e dando ao utilizador mais controlo nos pedidos DNS.
O NextDNS permite criar uma conta temporária durante 7 dias para testar o serviço sem registo e se corresponder às expectativas o registo é gratuito para guardar as configurações, ver as estatísticas e os logs se guardados, a opção gratuita permite 300k pedidos de DNS por mês, valor suficiente para utilizadores individuais mesmo com vários equipamentos configurados, após esse valor o DNS continua a funcionar mas sem filtros, existem também opções pagas para pedidos ilimitados.
A gestão das configurações está bem organizada em tabs e as opções são facilmente perceptíveis e simples de configurar:
Setup - apresenta a informação para configurar o DNS nos equipamentos, incluindo guias para os principais sistemas operativos (Android, iOS, Windows, macOS e Linux);
Security - permite activar medidas de segurança incluindo bloquear domínios (Top-Level Domains);
Privacy - uma extensão ao anterior para bloquear trackers e publicidade, podendo adicionar listas de bloqueio, por omissão apenas está a lista "NextDNS Ads & Trackers Blocklist" activada mas muitas outras estão disponíveis, algumas das listas são muito restritivas e podem bloquear o normal funcionamento de certas aplicações;
Parental Control - permite aplicar restrições a sites, aplicações, jogos ou categorias de sites;
Denylist - para a introdução manual de domínios a bloquear;
Allowlist - o oposto da anterior, por exemplo se uma determinada lista de bloqueio for demasiado restritiva podemos desbloquear alguns domínios nesta opção mantendo a segurança elevada;
Analytics - página com um resumo detalhado das estatísticas de utilização incluindo as queries DNS feitas e as bloqueadas;
Logs - lista com cada um dos pedidos DNS efectuados com opção de procura para facilitar a análise dos dados;
Settings - a última tab permite ajustar as configurações nomeadamente quanto à recolha de logs, guardando ou não os domínios e o endereço IP dos equipamentos, quanto tempo são armazenados os dados e onde (nos EUA, na UE, no UK ou na Suíça);
O NextDNS é assim uma excelente opção para um maior controlo e segurança por parte do utilizador no acesso à Internet e nas aplicações utilizadas, cada vez mais dados são gerados especialmente nos smartphones e também na forma como os utilizamos e que de outra forma deixam o utilizador muito vulnerável à recolha de informação que será vendida ou utilizada sem controlo.
A Advanced Micro Devices (AMD) acaba de apresentar na Consumer Electronics Show (CES) 2021 os seus novos CPU da série Ryzen 5000 para computadores portáteis depois de no ano transacto ter apresentado a mesma série para os desktop com base na micro arquitectura Zen 3, existirão também CPU Ryzen PRO 5000 para ambientes ainda mais exigentes.
Os primeiros computadores portáteis com os novos CPU da AMD devem chegar por vários fabricantes já no primeiro trimestre deste ano e estarão disponíveis em duas versões: "H" de alta performance até 8 cores (16 threads) e "U" para ultra portáteis com menor consumo de energia:
Ryzen 9 5980HX com 8C/16T, frequência base de 3.3 GHz (boost 4.8 GHz) 20 MB de cache e TDP de 45 W;
Ryzen 9 5980HS com 8C/16T, frequência base de 3.0 GHz (boost 4.8 GHz) 20 MB de cache e TDP de 35 W;
Ryzen 9 5900HX com 8C/16T, frequência base de 3.3 GHz (boost 4.6 GHz) 20 MB de cache e TDP de 45 W;
Ryzen 9 5900HS com 8C/16T, frequência base de 3.0 GHz (boost 4.6 GHz) 20 MB de cache e TDP de 35 W;
Ryzen 7 5800H com 8C/16T @ 3.2 GHz (boost 4.4 GHz) cache de 20 MB e 45 W;
Ryzen 7 5800HS com 8C/16T @ 2.8 GHz (boost 4.4 GHz) cache de 20 MB e 35 W;
Ryzen 5 5600H com 6C/12T @ 3.3 GHz (boost 4.2 GHz) cache de 19 MB e 45 W;
Ryzen 5 5600HS com 6C/12T @ 3.0 GHz (boost 4.2 GHz) cache de 19 MB cache e 35 W;
Ryzen 7 5800U com 8C/16T, frequência 1.9 GHz (boost 4.4 GHz) 20 MB de cache e TDP de 15 W;
Ryzen 7 5700U com 8C/16T, frequência 1.8 GHz (boost 4.3 GHz) 12 MB de cache e TDP de 15 W (Zen 2);
Ryzen 5 5600U com 6C/12T @ 2.3 GHz (boost 4.2 GHz) 19 MB de cache e 15 W;
Ryzen 5 5500U com 6C/12T @ 2.1 GHz (boost 4.0 GHz) 11 MB de cache e 15 W (Zen 2);
Ryzen 3 5300U com 4C/8T @ 2.6 GHz (boost 3.8 GHz) 6 MB de cache e 15 W (Zen 2);
Depois do enorme sucesso e procura pelos CPU Zen 3 para Desktop a AMD volta a apostar em força desta vez nos Laptop ganhando cada vez mais clientes satisfeitos e aproximando-se da concorrente Intel como pode ser constatado nos gráficos do site PassMark CPU Benchmarks em AMD vs Intel Market Share.
Todos os detalhes destes novos CPU podem ser consultados na pagina oficial AMD Ryzen Mobile Processors with Radeon Graphics e se o sucesso das versões Desktop se alastrar aos Laptop a AMD conseguirá equilibrar a balança num mercado muito competitivo onde estes dois gigantes têm concorrência com outras arquitecturas de enorme relevância como a ARM em smartphones e não só como por exemplo a aposta recente da Apple no seu chip M1 em computadores também.
A Mozilla acaba de lançar a octogésima terceira versão do seu web-browserFirefox, como habitualmente incluindo correcções e optimizações mas também introduzindo algumas novidades que vêm reforçar a sua capacidade, destaque para as melhorias no motor de JavaScript - o SpiderMonkey, permitindo agora uma abertura de páginas web cerca de 15% mais rápida e na redução no consumo de memória em cerca de 8%.
Uma nova função disponível nativamente é o HTTPS-Only Mode que permite aumentar a segurança na navegação web ligando sempre aos sites pela versão segura do HTTP, não sendo possível fazê-lo alertando o utilizador se pretende continuar com a ligação não segura, algo que até agora apenas era possível recorrendo a extensões como a HTTPS Everywhere da EFF, esta novidade é de fundamental importância pois permite que a informação das páginas web seja transmitida de forma segura entre a origem e o web-browser, é possível activar esta função em "Preferences" no menu "Private & Security" em todas as janelas (por omissão não se encontra activa).
A função Picture-in-Picture foi também melhorada e suporta agora atalhos do teclado permitindo avançar/recuar e controlar o volume sem recorrer ao rato, a lista de atalhos pode ser consultada na página de suporte ao PiP, outra melhoria introduzida foi no suporte a ficheiros PDF com suporte ao AcroForm, sendo assim possível além de abrir, preencher formulários e imprimir sem recorrer a outro software externo ao web-browser.
A Intel apresentou os primeiros CPUs da sua décima primeira geração, codename "Tiger Lake" com transístores de 10nm, para computadores portáteis, num total de 9 chips divididos em duas classes: UP3 com uma TDP de 12 a 28W e UP4 com 7 a 15W.
Alguns dos novos processadores vêm equipados com o Intel Iris Xe para uma melhor desempenho gráfico nas mais variadas tarefas e uma utilização optimizada de energia mesmo em frequências mais altas de operação comparado com as gerações anteriores.
Os principais detalhes de CPUs UP4 apresentados:
Intel Core i7-1185G7 (4C/8T) com Intel Iris Xe, 12MB de cache @ 3.0 GHz de frequência base (4.3 GHz Turbo);
Intel Core i7-1165G7 (4C/8T) com Intel Iris Xe, 12MB de cache @ 2.8 GHz (4.1 GHz Turbo);
Intel Core i5-1135G7 (4C/8T) com Intel Iris Xe, 8MB de cache @ 2.4 GHz (3.8 GHz Turbo);
Intel Core i3-1125G4 (4C/8T) com Intel UHD Graphics, 8MB de cache @ 2.0 GHz (3.3 GHz Turbo);
Intel Core i3-1115G4 (2C/4T) com Intel UHD Graphics, 6MB de cache @ 3.0 GHz (4.1 GHz Turbo);
E os detalhes dos CPUs UP3:
Intel Core i7-1160G7 (4C/8T) com Intel Iris Xe, 12MB de cache @ 1.2 GHz (3.6 GHz Turbo);
Intel Core i5-1130G7 (4C/8T) com Intel Iris Xe, 8MB de cache @ 1.1 GHz (3.4 GHz Turbo);
Intel Core i3-1120G4 (4C/8T) com Intel UHD Graphics, 8MB de cache @ 1.1 GHz (3.0 GHz Turbo);
Intel Core i3-1110G4 (2C/4T) com Intel UHD Graphics, 6MB de cache @ 1.8 GHz (3.9 GHz Turbo);
O Android vai receber brevemente uma funcionalidade à muito desejada pelos seus utilizadores, a partilha de dados entre equipamentos localizados no mesmo espaço físico sem a necessidade de recorrer a ligações à Internet, com a opção Nearby Share.
Com esta nova opção será muito mais fácil e rápido partilhar ficheiros, fotografias, links ou páginas web por exemplo com equipamentos nas redondezas sem recorrer a serviços de terceiros para o fazer, podendo o receptor aceitar ou rejeitar a partilha. O protocolo utilizado pode variar consoante o equipamento ou a disponibilidade entre Bluetooth, Bluetooth Low Energy, NFC, WebRTC ou via P2P WiFi.
O Nearby Share foca-se também na segurança e privacidade dos utilizadores, não sendo necessário a partilha de um número móvel ou o username de uma aplicação entre utilizadores, é ainda possível definir a visibilidade como "invisível", "visível apenas para alguns contactos" ou "visível a todos".
Numa primeira fase apenas equipamentos Pixel e alguns da Samsung vão disponibilizar esta opção, sendo que mais se seguirão futuramente, uma opção que vem facilitar e acelerar certamente a partilha local de dados entre equipamentos Android.
A Mozilla, empresa/comunidade que desenvolve vários projectos de software open-source e mais conhecida pelo desenvolvimento do web-browserFirefox acaba de apresentar um novo produto, a Mozilla VPN, um serviço para garantir mais segurança e privacidade no acesso à Internet.
Os serviços de VPN (Virtual Private Network) têm ganho cada vez mais importância não só em ambiente empresarial mas também para os utilizadores individuais que pretendem ter uma maior segurança enquanto navegam na Internet e não estarem directamente expostos às várias ameaças enquanto o fazem.
Nesta primeira fase o serviço estará disponível em seis países (Canadá, E.U.A., Malásia, Nova Zelândia, Singapura e no Reino Unido) e terá uma mensalidade de US$5, estando já disponível para Android, iOS e Windows e numa fase posterior para Linux e MacOS.
A Mozilla anuncia que o serviço apresenta rápidas velocidades recorrendo ao protocolo WireGuard, contando com mais de 280 servidores em mais de 30 países e tendo como parceira a Mullvad com políticas de privacidade exigentes e sem registo na actividade de navegação.
A aplicação de mensagens de maior sucesso mundial, o WhatsApp (adquirida pelo Facebook em 2014) acaba de introduzir a opção de pagamentos directamente para os utilizadores individuais e pequenos comerciantes no Brasil.
Esta novidade vem facilitar a interacção e o consumo por parte dos utilizadores/comerciantes que ficam com a opção de enviar e receber dinheiro directamente a partir do WhatsApp com base na plataforma Facebook Pay, a segurança é fundamental e nesse sentido as transacções requerem um PIN ou a impressão digital para evitar erros ou fraudes.
A plataforma suporta cartões de débito e crédito nesta primeira fase do Banco do Brasil, do Nubank e do Sicredi tanto nas redes Visa como Mastercard, podendo no futuro haver outros bancos a juntarem-se à plataforma, mais informações em https://www.whatsapp.com/payments/br, a utilização por parte de pessoas individuais é gratuita e aos comerciantes é aplicada uma taxa.
Os cabos submarinos de telecomunicações são cruciais para a ligação entre continentes e fornecem uma segurança e capacidades cada vez maiores à medida que a procura de dados global aumenta, um novo projecto foi anunciado - o 2Africa, um cabo que servirá principalmente o continente africano e que terá cerca de 37k km e uma capacidade máxima de 180 Tbps.
O projecto junta várias empresas da área, incluindo a China Mobile, o Facebook, a Orange, a Telecom Egypt, a Vodafone entre outros, e será construído pela Alcatel Submarine Networks (ASN), ligará 23 países na Europa (incluindo Portugal), em África e no Médio Oriente podendo no futuro vir a ligar outros através de BU (branching units) ao longo do trajecto, está prevista a sua entrada ao serviço até 2024.
O 2Africa utilizará uma nova tecnologia da ASN - o SDM1 (Spatial Division Multiplexing) e utilizará 16 pares de fibra óptica conseguindo assim ter uma enorme capacidade e suportar o aumento de tráfego esperado com as redes de telecomunicações fixas e móveis.